sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Mobilização une entidades médicas e serviços param

Ação, que segue nesta quarta-feira, não afetou serviços de urgência e emergência.

Para protestar contra os vetos da presidência à lei do Ato Médico e a contratação de estrangeiros no programa Mais Médicos, profissionais da área suspenderam serviços em todo o país nesta terça-feira, mantendo apenas atendimentos de emergência e urgência e de 50% das consultas agendadas.
Essa foi uma das raras situações em que as entidades médicas defenderam a mesma posição. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Maria, Benônio Terra Vilalba, isso ocorre porque o problema da saúde do país foi atribuído à categoria pelo governo:
— Jogaram a culpa em nós, mas o problema não está nos médicos, e sim, nos gestores.
Em artigo publicado em ZH desta terça-feira, o médico Gilberto Schwartsmann defendeu a mesma tese. "O governo conseguiu o inimaginável: uniu toda a classe médica brasileira! Em mais de 30 anos de profissão, nunca havia visto tantos médicos participando em protesto de rua!", escreveu o oncologista.
Nesta quarta-feira, ocorre o segundo dia da mobilização. Na terça, a adesão alcançou quase a totalidade da categoria. Vinte e dois Estados aderiram ao movimento (ficaram de fora Alagoas, Amapá, Roraima e Piauí). Em Porto Alegre e na Região Metropolitana, os médicos dos hospitais de Clínicas, Conceição, Santa Casa, São Lucas da Pucrs e Cardiologia aderiram à paralisação. O serviço de Traumatologia do Parque Belém também parou. No Interior, houve mobilização em pelo menos 25 cidades.
Nos ambulatórios dos grandes hospitais, consultas foram reagendadas e devem ser regularizadas a partir de quinta-feira. No Hospital de Clínicas, a mobilização contou com a participação de estudantes e alguns residentes, que entregaram panfletos, verificaram pressão arterial e conversar com pacientes.
Como solução para os graves problemas da saúde pública brasileira, as entidades pedem mais investimento da União, passando de 4,4% da receita para 10%, e a criação de uma carreira de Estado para médicos, como forma de fixar os profissionais no interior.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Rogério Wolf de Aguiar, destacou que a medida "tomada de afogadilho" pelo governo federal não resolverá o problema:
— Podemos ter 30 médicos por mil habitantes e as emergências continuarão superlotadas. Mais Médicos não resolve a falta de leitos e infraestrutura.
Fonte: Zero Hora

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