sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Jovem cria exame de câncer no pâncreas 168 vezes mais rápido


Garoto de 15 anos arranja solução por uma fração do preço atual — 3 centavos de dólar contra US$ 800. Aos 15 anos, o americano Jack Andraka está US$ 100 mil mais rico. E isso é o fato menos interessante na vida dele. A grana veio dos prêmios que ele venceu, incluindo o primeiro lugar no Gordon E. Moore Award, feira de ciências da Intel que avalia projetos de jovens estudantes do mundo. Os reconhecimentos foram pela maneira revolucionária de diagnosticar câncer de pâncreas criada pelo garoto. O método também funciona para a doença no ovário e pulmão.

Jack combinou papel-filtro com nanotubos de carbono. Com a mistura, é possível identificar a presença de mesotelina, proteína presente em pacientes com essas doenças. A detecção é 168 vezes mais rápida do que a atual, tem sensibilidade 400 vezes maior e seu custo é uma fração mínima do preço atual — 
US$ 0,03 contra US$ 800. Ou seja, o atual é 26 mil vezes mais caro. “O mais importante do método é ajudar a identificar a doença quando há mais chance de cura”, disse o prodígio a GALILEU.

O desejo de estudar novas maneiras para diagnóstico de câncer surgiu quando o tio de Jack morreu por conta da doença no pâncreas. A taxa de sobrevivência nesses casos é baixíssima: 6% dos diagnosticados sobrevivem após 5 anos. Famosos como Steve Jobs e o ator Patrick Swayze morreram devido à doença.

Para chegar à solução, Jack precisou suar. Depois de desenvolver o método na teoria, estudando em casa, era preciso testá-lo em laboratório. Jack enviou, então, 200 e-mails pedindo apoio de pesquisadores, e só obteve recusas e silêncio. Até que Anirban Maitra, professor de oncologia na Universidade Johns Hopkins, cedeu o espaço e virou tutor do garoto.

A rotina de Jack então mudou: saindo do colégio, passava as tardes pesquisando sobre câncer no laboratório e criando a nova forma de detecção, em fase de patente. Com adaptações, ela também poderia ser usada no diagnóstico de Aids e salmonela, ajudando a salvar milhares de vidas. Missão honrosa para um garoto de 15 anos. “Só quero ter certeza de que essa invenção vai ajudar as pessoas.”

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