O seu corpo é um templo que seu chefe quer reformar //Crédito: Divulgação |
Relatório aponta para os riscos que o chamado “aprimoramento humano” podem trazer para o futuro do trabalhador. Criticar a tecnologia hoje é como blasfemar contra a palavra de Cristo na Inquisição. Mas, como hoje ninguém vai parar na fogueira, dá pra refletir um pouco sobre o lado ruim dos avanços tecnológicos. Um grupo de entidades humanitárias e científicas do Reino Unido se reuniu exatamente pra isso, focando em uma parte específica da tecnologia: o aprimoramento humano. E a conclusão deles é a seguinte: isso só servirá para você trabalhar mais e mais e mais. Não importa sob quais condições.
Aprimoramento humano é um nome vago para definir tudo aquilo que faz o homem ir além de suas capacidades normais. Um óculos, uma muleta. Isso, a princípio, é ótimo, mas os médicos e especialistas em ética britânicos desconfiam que o homem - só pra variar um pouco - vai perder a linha e usar isso para aumentar o potencial de exploração.
Claro que, por um lado, o conceito de aprimoramento humano é genial – ele faz com que deficientes físicos se incluam com muito mais facilidade na sociedade. Próteses para membros amputados e até mesmo a interface cérebro-máquina são exemplos positivos e o relatório reconhece isso. Acontece que os participantes do workshop acreditam que, a partir da próxima década, será cada vez mais comum os chefes incentivarem seus subalternos a tomarem remédinhos para renderem mais no trabalho. Drogas como o Aderall, um piscoestimulante feito à base de anfetamina que, depois de vários casos de pessoas que se viciaram e morreram por causa dela, foi proibida em diversos países. Hoje, ela é só permitida na terra do trabalho, os EUA.
De acordo com o relatório, essa perspectiva traz desafios em todas as áreas imagináveis: saúde, segurança, ética, humana e política – o texto diz que o governos devem inteferir. Idosos não se aposentarão, continuarão trabalhando. Pessoas doentes tomarão remédios que mascaram os sintomas, ficando aptas a irem ao escritório terminar aquele relatório que já está atrasado. De uma sociedade que apostava na terapia, estamos virando uma sociedade que aposta na melhoria artificial dos problemas.
O workshop aconteceu em março, mas o relatório só foi divulgado agora. Clique aqui para conferi-lo na íntegra.
Via io9
Fonte: Revista Galileu
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