A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte da jovem Ramiely Jordão, 27 anos, durante uma operação de redução de estômago realizada, na terça-feira (4), no Hospital Unimed Sul Capixaba no município de Cachoeiro de Itapemirim, no Centro Sul do Espírito Santo. Nesta quinta-feira (6), a polícia informou que vai investigar se o procedimento médico foi adequado.
O G1 tentou, durante toda a manhã desta quinta-feira, o contato com o médico, mas as ligações não foram atendidas. A reportagem da TV Gazeta falou com o cirurgião, que não gravou entrevista, mas disse que Ramiely “se preparou por seis meses para realizar a cirurgia bariátrica e nenhum dos exames pré-operatórios apontou problema na saúde da paciente”.
O Hospital Unimed Sul Capixaba informou, por meio de nota, que as informações referentes a atendimentos e a procedimentos são de acesso exclusivo do paciente ou de seus representantes legais.
Uma amiga da vítima, Iara Mendonça, explicou que a Ramiely ia toda semana a Cachoeiro de Itapemirim para fazer os exames. "Ela estava bem, os resultados dos exames apresentavam que ela estava bem para fazer a cirurgia. Ela estava muito ansiosa, fazia até uma espécie de contagem regressiva na internet para o dia da operação. Ela queria muito isso", disse.
Sobre o acompanhamento, o médico confirmou que a paciente fez exames constantes durante os seis meses que antecederam o procedimento cirúrgico e que ela estava bem, mas ainda explicou que toda cirurgia tem seus riscos e que nesse caso houve uma hemorragia que não pode ser revertida. "A paciente teve complicações hemorrágicas durante a operação, que não conseguimos reverter. De 9h às 14h ela tomou 12 bolsas de sangue, cerca de 10 litros, mas mesmo assim não houve jeito", disse.
O médico ainda reforçou que o caso não foi uma complicação por ser uma cirurgia de redução de estômago. "Isso ocorreu não exclusivamente porque era uma cirurgia bariátrica, poderia ter acontecido em qualquer tipo de cirurgia. Nunca vi um quadro como o dela, tão desesperador. A gente estuda todas essas possíveis complicações na faculdade, que podem acontecer com qualquer um que passa por esse procedimento, mas infelizmente não foi possível nesse caso", contou.
O delegado disse que vai solicitar ao Conselho Regional de Medicina uma avaliação do procedimento médico realizado durante a cirurgia bariátrica para ajudar nas investigações. O corpo da jovem foi sepultado na manhã de quarta-feira (5), na localidade de Itaoca, em Itapemirim, na região Central Sul.Boletim de ocorrência
A família de Ramiely registrou um boletim de ocorrência. O titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cachoeiro de Itapemirim, delegado Guilherme Eugênio, afirmou que vai verificar se o procedimento realizado durante a operação foi correto. ''A causa da morte foi uma lesão em uma das artérias da vítima. Porém, precisamos esclarecer se essa lesão foi provocada por uma falha da equipe médica ou se trata de uma fatalidade que poderia ocorrer em qualquer intervenção dessa natureza'', explicou Eugênio.
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