Uma técnica cirúrgica usa uma malha pequena de metal para bloquear a entrada e saída de sangue de aneurismas no cérebro e ajuda no tratamento de um problema que traz hemorragias a 30 mil pessoas somente nos Estados Unidos, onde o uso do procedimento já é comum. No Brasil, a técnica chegou somente em setembro de 2011.
O aneurisma nada mais é do que uma bolha em um dos vasos que levam muito sangue ao cérebro. "Imagine uma estrada com um buraco na pista. O aneurisma é mais ou menos aquilo, o sangue passa pela via e, de vez em quando, fica depositado dentro do buraco", explica o neurocirurgião Ricardo Hanel, da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, que já realizou 50 dessas operações e conversou com o G1sobre os prós e contra da técnica. "A grande vantagem está na dispensa da cirurgia aberta para tratar esse problema", argumenta Hanel. "No caso brasileiro, o problema está no preço da operação, que é bem cara. Só aqui nos Estados Unidos são US$ 12 mil pela operação."
Enxaqueca ou aneurisma?
A dor de cabeça ligada a casos de aneurisma normalmente aparece de repente e é normalmente acompanhada por náuseas, enjoos e vômitos. "Ainda que seja parecida, a enxaqueca é diferente pois as pessoas que apresentam este problema têm uma história, sofrem com dores de cabeças várias vezes", diz Hanel.
Para aqueles que tenham enxaqueca, a dica do médico é ficar alerta para o caso de uma dor de cabeça diferente das demais. "Aí sim pode indicar a presença de um aneurisma, talvez seja interessante procurar um especialista", diz. O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, pode acontecer de duas formas: ou quando o aneurisma se rompe (hemorrágico) ou quando os vasos que irrigam o cérebro ficam estreitos ou até bloqueados por placas de gordura, deixando de levar oxigênio suficiente a um local (isquemia).Aneurismas somam apenas 20% dos casos de AVC, mas podem ser muito mais nocivos ao cérebro, causando a morte da várias células nervosas. "A mortalidade para o rompimento de aneurisma é maior. Em geral, pode chegar até a 60%. No caso de morte por AVC isquêmico, essa taxa fica em torno de 40%", afirma o médico (veja o infográfico abaixo).
Por dentro, por fora
Hanel explica que existem duas técnicas mais comuns para tratar aneurismas. A primeira delas é uma cirurgia aberta, que busca "clipar" o aneurisma por fora.
A embolização é outro procedimento que busca isolar o aneurisma, dessa vez por dentro. Com a ajuda de um catéter e um fio guia inseridos na virilha do paciente, uma mola é levada até o local da lesão, formando uma espécie de "ninho" dentro do aneurisma. Com o tempo, a densidade no aneurisma aumenta até que somente aquela região sofre uma coagulação que fecha o local. "Novamente, no exemplo da estrada, é como se a gente tapasse o buraco", diz.
Fonte :www.g1.globo.com
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